terça-feira, 11 de outubro de 2011

Mãe é de graça...

"É bom ter mãe quando se é criança, e também é bom quando se é adulto. Quando se é adolescente pensa que viveria melhor sem ela, mas é erro de cálculo. Mãe é bom em qualquer idade. Sem ela, ficamos órfãos de tudo, já que o mundo lá fora não é nem um pouco maternal conosco (...) Mãe é de outro mundo. É emocionalmente incorreta: exclusivista, parcial, metida, brigona, insistente, dramática, chega a ser até corruptível se oferecermos em troca alguma atenção. Sofre no lugar da gente, se preocupa com detalhes e tenta advinhar todas as nossas vontades, enquanto que o mundo propriamente dito exige eficiência máxima, seleciona os mais bem-dotados e cobra caro pelo seu tempo. Mãe é de graça."
(O mundo não é maternal - Martha Medeiros)
TE amoOoOoO MamisS!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Porque existem amigos mais chegados que um irmão..

E apesar de sempre me da o bolo no cine, de viver escondendo o jogo e os babados mais importantes, me deixando na curiosidade até o ultimo momento...Eu te amo.. É uma mistura de cuidado e medo..sei lá..tenho a impressão de que sempre vou ser tua líder. Acho que é quase um chamado, tipo, missão da Aline na terra - Cuidar da Paola..rs... Só quero que seja muito feliz, que não se perca em meio a loucura do mundo, que nunca esqueça os planos e sonhos de Deus, mesmo quando tudo e todos disserem o contrário! Felicidades amiga e chuva de bençãos sobre ti!!!



 "Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações, pois, boas lembranças são marcantes e o que é marcante nunca se esquece. Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim! "

(Vinícius de Moraes)
  


sábado, 24 de setembro de 2011

Quando Deus está no controle!


Não sou muito pontual, é um defeito! Apenas um entre tantos que tenho, mas melhorar ou tentar melhorar sempre é um exercício diário. Se marcam 9h preciso despertar meu relógio pelo menos 3h antes, senão, batata! Atraso mesmo! Enfim, acho que agora compartilhamos o mesmo pensamento "Todo atrasado odeia esperar" e isso não é um capricho, é uma necessidade, um fato. Odiamos esperar! Por favor, respeite o que há de mais importante para nós: Nosso horário, nosso jeito, nosso tempo!!! Se nos atrasamos é por que não queremos esperar, esperar é um insulto para quem possui o dom de se atrasar!
Outro dia, lendo um artigo em um site, que sinceramente, não lembro o nome. Dei de cara com a seguinte história, o rapaz que também possui este hábito de se atrasar tão estranhamente comum a uma grande parcela da população, dizia que embora fizesse um esforço enorme para chegar a determinado lugar, descobriu que em um certo momento ele precisava relaxar, esse momento era aquele em que entrava no avião, por que, mesmo tendo corrido desesperado até o aeroporto por estar atrasado, no momento em que entrava no avião, não lhe restava mais nada a fazer, a partir daquele momento, quem estava no controle, não era mais ele, mas o piloto do avião. Naquele momento, não havia mais nada que pudesse fazer para tentar minimizar seu atraso. Ele não estava mais no controle! 
Genial! Embora, muitas vezes nos apressamos em minimizar os atrasos da vida, correndo desesperadamente contra o tempo, seja estudando, buscando, trabalhando, etc.. Existe um momento em que não resta mais nada, a não ser esperar. É nessa hora que percebemos que nem tudo está sobre nosso controle, mas a verdade, é que nada deveria estar somente sobre o nosso controle, mas esperar é tão difícil, tão complicado que acabamos dando espaço para ansiedade, gerando angustias tão desnecessárias, nos frustramos tentando pegar atalhos até caminharmos pelos caminhos mais árduos. É preciso saber esperar, saber que Deus está no controle, que por mais complicada que esteja a situação, se Deus lhe pediu para esperar, espere! E faça do tempo da espera um tempo de aprendizado! Esperar é caminhar!

No amor Daquele que me ensinou que sempre há algo melhor e que esperar vale a pena! Fique com Deus amado e que Ele esteja no controle da sua vida, das suas decisões e seja seu companheiro no tempo da espera!

  

                                                    
                                                   
Aline  Gonçalves

sábado, 3 de setembro de 2011

Quantas vezes você acordou hoje?


Quantos pensamentos e sonhos passaram pela sua mente só hoje?
 Quantos?Já reparou que passamos boa parte do nosso
 tempo imaginando coisas para o nosso futuro?
 Então, quantos sonhos você teve e quantos deles você já deixou pra trás?
Quantas vezes você acordou de um sonho hoje? 

É engraçado como algumas coisas vão acontecendo na nossa vida, detalhes do dia-a dia que às vezes passam despercebidos... Hoje, ouvindo uma música lembrei da época em que liderava uma célula e de como tudo era incrivelmente diferente, como haviam pessoas sobre meu cuidado e como isso influenciava de forma direta as minhas atitudes, decisões e mesmo os meus sonhos e planos para o futuro... Lembrei que meus sonhos eram bem mais altruístas dos que os de hoje, não que hoje eu seja egoísta, só que agora busco algumas coisas num contexto diferente daquele da célula. Hoje, é como se minhas prioridades tivessem mudado completamente! Mudar faz parte! Mas, às vezes, eu tenho medo de mudanças, sei que são desconfortáveis e necessárias, mas também são perigosas. Só preciso de direção.. Preciso que o Senhor aponte o caminho e que eu não me perca dele, iludida com as vaidades desse mundo. Que eu sempre tenha a certeza de estar vivendo os Teus sonhos e não os meus e que sempre eu possa estar segura em Ti Jesus.. Mas como saber se estamos vivendo os sonhos de Deus? Não sei bem...rs... Antes, eu tinha tantos sonhos que davam até medo, medo de não conseguir realizar nenhum deles, medo de morrer antes de ver isso ou aquilo acontecer...E talvez, por não termos essa certeza absoluta, às vezes é tão difícil  entregar todos os nossos sonhos nas mãos de Deus, mas de certa forma tenho aprendido muito sobre isso, sobre lançar minha ansiedade pra longe e só confiar, mas com ousadia...Ora sentindo medo... Ora cheia de coragem, eu continuo caminhando sem saber muito bem como tudo vai terminar... A verdade é que junto com os sonhos sempre estão os medos... E é sobre isso que gostaria de falar no próximo post.. Mas, posso dizer que estou bem... E como diz uma música da Nívea Soares "Olhando em Teus olhos e segurando em suas mãos. Eu sei que está tudo bem..." .

Eu não quero as coisas do meu jeito Jesus. E essa foi a primeira vez que acordei hoje!

Segue abaixo o vídeo clipe da música "Vaidade - Heloisa Rosa" da qual falei e que me faz lembrar o quanto nossas vontades, às vezes, não passam de vaidades.





"Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor." (Salmo 27:14)




quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Namorado: Ter ou nao ter, é uma questão.

E por cinco anos que você me faz feliz... E por que mesmo depois de cinco anos ainda sinto saudades como no primeiro dia.. E por tudo que somos juntos e também a distância...#EuTeAmo... 
(...) Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário (...)

(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 27 de agosto de 2011

Coisas de menina..

Um medo..um sentimento que ela, definitivamente, não sabe o que é... Sensação estranha essa da mudança... Aquele dia em que você diz "chegou a hora!" Sei lá... Mas há algo diferente... As bonecas já não estão na cabeceira da cama , já não existem as brincadeiras com os primos no fundo do quintal da vó, o velho balanço de pneu não ta mais lá.. Ela esqueceu a árvore de fruta do conde, onde subia e pendurava o balanço de pneu improvisado...Então tudo faz sentido agora,  a menina cresceu, virou "gente grande!"

" Quando  eu era menina, falava como menina, sentia como menina,discorria como menina, mas, logo que cheguei a ser mulher,acabei com as coisas de menina."

(I Coríntios 13:11/ Adaptado)


By Aline

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pode Invadir ou Chegar com Delicadeza...

Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!

Martha Medeiros

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai...

Algumas coisas você pode aprender no colégio, outras na rua, muitas com os amigos, mas as maiores  lições da vida você aprende em casa... 

E como diz Willian Shakespeare " Depois de um tempo você aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso."

Obrigada por sempre acreditar em mim.. te amo!!!

Feliz dia dos pais!!!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Só queria que soubessem...

 ...Tudo o que não consegui falar, quando a emoção falou mais alto."

Eu achava que difícil era apresentar o Tcc, enfrentar provas integradas, estudar desesperada em final de semestre e ainda ter que cumprir com a produção da clínica, pensava que difícil era caminhar no sol quente do 3° portão ao C.O todos as tardes ou ter que me descabelar com tantos gastos com materiais... Mas difícil mesmo é ter que me despedir de tudo isso e dizer adeus aos amigos...Uma vez alguém me disse que toda mudança é desconfortável, mas, que normalmente elas são necessárias...E devem ser mesmo! Mudamos desde o primeiro dia de aula até o último, as experiências diárias nos fizeram mudar... Mudar velhos conceitos..Aceitar novos jeitos... Entender e respeitar as diferenças. A partir de agora cada um de nós tomará rumos diferentes, em busca de novos sonhos e realizações de outros projetos, vou sentir saudade de cada um e de cada momento que tivemos juntos, de todas as bobagens que falamos e brincadeiras tolas que fazemos, dos risos, das dicas, dos conselhos, dos segredos e até da rotina doida da odontologia das clinicas da UFPa, saudade das piadas toscas e também das panopretagens que vi (por que eu NÃO SOU PANA-PRETA!!! rs). 
Resta agora a saudade e a lembrança dos ótimos momentos compartilhados ao longo desses cinco anos e também duas certezas, a primeira, é que nada acaba aqui,  que ainda temos um longo caminho a seguir, cheio de novos desafios. E a segunda, é que iremos nos reencontrar e rir muito de tudo que se passou e de tudo que em nós mudou...
Torço sinceramente pelo sucesso de todos!!! Mas agora... Chegou a hora de praticar o desapego...


‎"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos" 
(Praticando o desapego - Fernando Pessoa)
  

Aline Carvalho Gonçalves 

sábado, 16 de abril de 2011

VAI

Quer ir? Vai. Eu não vou segurar. Uma coisa que não dá certo é segurar uma pessoa contra a vontade, apelar pro lado emocional. De um jeito ou de outro isso vira contra a gente mais tarde: não fui porque você não deixou, ou: não fui porque você chorou. Sabe, existem umas harmonias em que é bom a gente não mexer. Estraga a música. Tem a hora dos violinos e tem a hora dos tambores.

Eu compreendo, compreendo perfeitamente. Olha, e até admito: você muda pra melhor. Fora de brincadeira, acho mesmo. Eu sei das minhas limitações, pensei muito nisso quando tava tentando te entender. É, é um defeito meu, considerar as pessoas em primeiro lugar. Concordo. Mas não tem mais jeito, eu sou assim. Paciência.
Sabe por que eu digo que você muda pra melhor? Ele faz tanta coisa melhor do que eu! Verdade. Tanta coisa que eu não aprendi por falta de tempo, de oportunidade – ora, pra que ficar me justificando? Não aprendi por falta de jeito, de talento, essa é que é a verdade. Eu sei ver as qualidades de uma pessoa, mesmo quando é um homem que vai roubar minha namorada. Roubar não: ganhar.
Compara. Ele dança muito bem, até chama a atenção. Campeão de natação, anda de bicicleta como um acrobata de circo, é bom de moto, sabe atirar, é fera no volante, caça e acha, monta a cavalo, mete o braço, pesca, veleja, mergulha... Não tem companhia melhor.
Eu danço mal, você sabe. Não consegui ultrapassar aquela fronteira larga entre a timidez e a ousadia, entre a discrição e o exibicionismo, que separa o mau e o bom bailarinos. Nunca fui muito além daquela fase em que uma amiga compadecida precisava sussurrar no meu ouvido:dois pra lá, dois pra cá.
Atravessar uma piscina eu atravesso, uma vez, duas talvez, mas três? Menino de cidade, e modesto, não tive córrego nem piscina. É com olhos invejosos que eu o vejo na água, afiado como se tivesse escamas.
Moto? Meu Deus, quem sou eu. Pra ser bom nisso é preciso ter aquele ar de quem vai passar roncando na frente ou por cima de todo mundo – e esse ar ele tem.
Montar? É preciso ter essa certeza, que ele tem, de que cavalo foi feito pra ser domado, arreado, freado, ferrado e montado. Eu não tenho. Não tá em mim. Eu ia montar como se pedisse desculpas ao cavalo pelo incômodo, e isso não dá, não pode dar um bom cavaleiro.
O jeito como ele dirige um carro é humilhante. Já viajei com ele, encolhido e maravilhado. Você conhece o jeitão, essa coisa da velocidade. Não vou ter nunca aquela noção de tempo, a decisão, o domínio que ele tem. Cada um na sua. Eu troquei a volúpia de chegar rapidinho pelo prazer de estar a caminho. No amor também.
Caçar... Dar um tiro num bicho... Ele tem isso, a certeza de que o homem é o senhor do universo, tudo tá aí pra ele. Quem me dera. Quando penso naquela pelota quente de aço entrando no corpo do bicho, rasgando carne, quebrando ossos... Não, não tenho coragem.
Aí é que eu tou perdido mesmo, no capítulo da coragem. Ele faz e acontece, já vi. Mas eu? Quantas vezes já levei desaforo pra casa. Levei e levo. Se um cachorro late pra mim na rua, vou lá e mordo ele? Eu não. Mudo de calçada.
Outra coisa: ele é mais engraçado do que eu. Fala mais alto, ri mais à vontade, às vezes chama até um pouco a atenção mas... é da idade. Lembra aquela vez que ele levou um urubu e soltou na igreja no casamento do Carlinhos? E aquela vez que ele sujou de cocô de cachorro as maçanetas dos carros estacionados na porta da boate’? Lembra que sucesso? Os jornais falaram por dias naquilo. Não consigo ser engraçado assim. Não tá em mim. Por isso que eu não tenho mágoa. Ele é muito mais divertido. E mais bonito também.
Vai.
Olha, não quero dizer que o que eu vou falar agora tenha importância pra você, que possa ter influído na sua decisão, mas ele tem mais dinheiro também, você sabe. Ele tem até, sabe?, aquele ar corajoso dos ricos, aquela confiança de entrar nos lugares. Eu não. Muito cristal me intimida. Os meus lugares são uns escondidos onde o garçom é amigo, o dono me confessa segredos, o cozinheiro acena lá do quadradinho e me reserva o melhor naco. É mais caloroso, mas não compensa o brilho, de jeito nenhum.
Ele é moderno, decidido. Num restaurante não te oferece primeiro a cadeira, não observa se você tá servida, não oferece mais vinho. Combina, não é?, com um tipo de feminismo. A mulher que se sente, peça o que quiser, sirva-se, chame o garçom quando precisar. Também não procura saber se você tá satisfeita. Eu sei que é assim que se usa agora. Até no amor. Já eu sou meio antigo, ultrapassado, gosto de umas cortesias.
Também não vou dizer que ele é melhor do que eu em tudo. Isso não. Eu sei por exemplo uns poemas de cor. Li alguns livros, sei fazer papagaio de papel, posso cozinhar uns dois ou três pratos com categoria, tenho certa paciência pra ouvir, sei uma ótima massagem pra dor nas costas, mastigo de boca fechada, levo jeito com crianças, conheço umas orquídeas, tenho facilidade pra descobrir onde colocar umas carícias, minhas camisas são lindas, sei umas coisas de cinema, não bato em mulher.
E não sou rancoroso. Leva a chave para o caso de querer voltar.










sexta-feira, 1 de abril de 2011

Ops!!! É mentira.

Quase que constantemente tenho me lembrado dos dias da minha infância..sei lá...mas acho que é a velhice  chegando..rs.. (Exagero). Enfim, essa foi mesmo uma época boa, em que querendo ou não algumas coisas para mim eram bem mais simples de se resolver, hoje especialmente, consegui trazer a memória uma lição que aprendi nesse tempo... E quem  cresceu dentro de uma igreja deve conhecer um corinho que dizia  "Pecado, pecadinho, pecadão. Isso não entra no meu coração.." Ah...coisa boa é ainda ter na gaveta dos pensamentos essas relíquias..Mas, queria compartilhar algo que consegui resgatar dessa pérola do meu tempo de menina. Embora pareça boba, essa música me traz grandes lições, porque  não raro justificamos nossas falhas com “Isso foi uma bobagem.." Em situações onde se precisa de um escape, as verdades raramente são ditas  e  então acabamos optando pelo caminho mais fácil, o da mentira. A mentira é como um vicio que começa com algo simples, banal e sem grandes conseqüências, porém quando  nos damos conta torna-se uma bola de neve. Não raro vemos casamentos, namoros e amizades que se perdem por conta de pequenas mentiras, como conseqüência o que sobra são vidas machucadas, pessoas frustradas e sem sonhos. "As mentiras são uma pequena fortaleza onde você pode se sentir seguro e poderoso. Dentro de sua pequena fortaleza de mentiras você tenta governar sua vida e manipular os outros. Mas a fortaleza precisa de muros, por isso você constrói alguns. Os muros são as justificativas para suas mentiras. Você sabe, como se estivesse fazendo isso para proteger alguém que você ama ou para impedir que essa pessoa sinta dor. Qualquer coisa que funcione para que você se sinta bem com as mentiras." Esse é  um trecho do livro "A cabana" de Willian P. Young que gosto muito e que descreve muito bem a sensação que temos quando mentimos, por que seja qual for o motivo "bom" ou "mal" a mentira sempre traz a sensação de culpa, por isso nos permitimos justifica-las, amenizar esse sentimento é a melhor forma de aliviar a consciência..rs..(Lamentável). O problema das mentiras é que elas atrapalham o nosso relacionamento com Deus e podem nos impedir de desfrutar algo muito melhor, por vezes um tempo de espera para aprendermos a lidar melhor com o que virá, ou um  relacionamento mais produtivo, ou quem sabe pode fazer você perder aquela oportunidade tão esperada. Não importa como, quando ou porque, mentiras sempre estarão ali na sua frente, temos criatividade e habilidade para criar os discursos mais lindos e mentirosos, mas por sermos a semelhança do criador precisamos da honestidade nas palavras como aliada. Sabemos que falar a verdade nem sempre é fácil, contudo o peso e a sinceridade das nossas palavras podem ou não inspirar credibilidade, salvar vidas e reconstruir sonhos, esta responsabilidade está sobre nós. Falar a verdade é uma opção nossa, sempre teremos uma opção, porém cabe a nós escolhermos a melhor delas.

“A boca fala daquilo que o coração está cheio”. (Mt 15,18)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tênis x Frescobol

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...


Rubem Alves